Uiá!!

"Nascidos, nós choramos por chegar a esse palco de tolos". Shakespeare, Rei Lear.

Nome:
Local: Londrina, Paraná, Brazil

29.11.06

Que pútrida é a exalação do amor

Param e olham-se; o globo azulado de um; o círculo amendoado da outra.
A sensação do desconhecido, a vontade de arriscar-se e a vertigem que advém disso tudo. Não é a altura que clama pela nossa queda; e sim o temor e admiração do desconhecido, como nos ensina Milan Kundera.
Superada a barreira inicial, trocam as primeiras palavras, as primeiras impressões e o primeiro (con)tato; a vontade de beijarem-se paira e habita em ambos, as baldadas regras do bom comportamento e da moral, peiam a volúpia recíproca e postergam sua saciação para o futuro.
O primeiro e fabuloso beijo; o toque suave, tenro e vacilante dos lábios; a efêmera e duradoura sensação almiscarada da troca de afagos; os inciais toques corporais; o calafrio que destes sobrevém; a relutância em fazer amor.
A apreciação das idiossincrasias do outro; as horas intermináveis para terceiros e transitórias para os apaixonados ao telefone; conversas apaixonadíssimas acerca dos mais frívolos temas; briguinhas tolas e mais sérias impossíveis; a contradição eterna e ambulante do amor se forjando dia a dia, conversa a conversa, consciência a consciência; a vontade crescente de cada vez mais permanecer milênios conversando; a certeza de que se a vida fosse eterna, seria uma dádiva poder partilhar com o objeto depositário do seu afeto tudo que o(a) torna especial desse jeito, tudo que o(a) faz perfeito(a) para si; a felicidade e regozijo que a simples lembrança do seu "totem" lhe traz.
A volúpia crescendo; o desejo cada vez mais forte e ululante de passarem uma noite romântica juntos; fazerem amor por horas a fio, quiçá, sob o luar, com todas as regalias que somente vocês podem se proporcionar.
Enfim, a tão esperada consumação ocorre e é tudo melhor do que se esperava, a sensação, o gosto, o cheiro, o toque, os lábios, os seios....
Vão dormir satisfetíssimos logo após terminarem o ritual, obviamente sem escovarem os dentes, afinal de contas, para quê fazê-lo?
Vocês já transaram a noite inteira como dois macacos no cio, qual o sentido de escovar o dente? Por que é necessário dormir com a boca cheirosinha?
Ahh incautos enamorados, mal sabem o que lhes espera.
Os sonhos mais sublimes os acometem, ela pensa no casamento, ele nas brincadeiras que fará com os filhos; ela no vestido de noiva, ele na festa de despedida; ela no anel que vai ganhar; ele no quanto vai gastar; e assim passam uma das melhores noites de suas vidas, não por menos, obviamente, pois são um casal apaixonado que acabara de fazer sexo.
Aí amanhece e ela acorda antes que ele, contempla-o por alguns minutos admirando a beleza e vigorosidade de seu dileto companheiro, logo lhe ocorre uma idéia:"irei acordá-lo".
Ela aproxima sua face da dele, lhe beija a testa e com a boca, que ficou a noite inteira proliferando micróbios e outras seres que o pudor não me permite comentar, muito próxima do nariz do seu amado diz:"Bom dia amor, levante-se. Já lhe disse que o amo? Vamos tomar café da manhã?"
Tudo que o rapaz ouve é:"Bom dia a..........".
Sabem por quê? Devido a nefesta e pustulenta exalação que emanou de sua fétida e mal lavada boca. Não pensem que isso aconteceu somente com ela, o amado, o homem também, e ouso dizer que pior, pois os homens, via de regra, são menos higiênicos, logo é bem possível que sua "entrada" estivesse mais putrefata que a de sua cônjuge.
Se dizem que não há nada mais gostoso e aprazível do que fazer amor e dormir com quem se ama, garanto-lhes que o odor consequência dessa relação, tem as características ofídicas, fisiológicas e odorantes do hálito do dileto, pútrido e quase extinto Dragão de Komodo.
Então, enamorados de plantão, algumas opções para vocês que não querem acordar com uma exalação desta jaez ameaçando sua saúde mental e física:
A) Sempre escovem os dentes, a solução mais fácil a meu ver;
B) Falem de costas um para o outro, evitando ao máximo que a boca do outro chegue perto da sua;
C) Falem perto um do outro, contudo, usem uma proteção. Pode ser uma máscara, um aparelho para tampar o nariz ou mesmo o próprio cobertor;
D) Não se falem até escovarem os dentes;
E)
Fiquem resfriados para sempre....;

Transem, amem-se, durmam juntos, mas lembrem-se, sempre, de que o que se ama se protege, logo deverá ser protegido, também, o olfato do receptáculo do seu amor.
E, ademais, não manchem o ato final de uma situação tão sublime com um cheiro tão pestilento... A não ser, lógico, que vocês gostem dessas coisas. Depois que eu descobri que há pessoas que adoram transar coma árvores, imagino que haja espaço para tudo e todos...

Até mais ver caros perdidos, arautos do meu júbilo, bafentos leitores!

24.11.06

A queda do fado

Sabe-se, sem sombra de dúvida, que o maior animal de terra vivo hoje é o elefante.
Esse mamífero monstruoso pesa de 6 a 12 toneladas, dependendo de sua espécie; dispõe de inúmeras espécies de comportamentos sociais, recentemente descobertos, que se assemelham a algumas condutas que nós seres humanos mantemos.
Esses paquidermes ajudam-se uns aos outros, respeitam seus mortos, socializam-se e reconhecem-se no espelho, entre outros comportamentos fofos que faço marcê a não comentá-los.

Cismando hoje de noite, enquanto assistia à TV, alvitrei o seguinte raciocínio: ora, esses animais são enormes e muito pesados; são, sem sombra de dúvida, muito fortes, tanto que raramente se tornam presas de outros animais irracionais - salvo do homem que até os levou a realizar uma chamada "seleção artificial", da qual resultou que animais com presas de marfim menores se tornaram a regra, posto a eliminação cruel e desproporcional realizada pelo, nosso querido, aplaudido e mais uma vez premiado, Homo sapiens -; entretanto, não possuem muita força muscular em suas patas, porque sua estrutura esquelética fornece amparo às pernas sem necessidade de forçar seus músculos, razão pela qual esses seres podem manter-se em pé por horas a fio, sem a necessidade de deitar-se sobre as patas.
Destarte, ante tudo o que usque aqui foi posto, segue-se minha indagação: será que se um elefante tombar, ou seja, quedar no solo com todas as patas para o lado ou para cima, ele conseguirá alçar-se sozinho?

Penso que a resposta seja negativa, pois imagino que a força necessária para içar do solo de 6 a 12 toneladas tenha que ser extremamente robusta e não acho que suas pernas tenham o condão de fazê-lo. Sem contar que não consigo imaginar como ele conseguiria apoiar suas patas no solo, uma vez tombado, haja vista sua pata ter a mesma estruturação de um joelho, da onde se conclui que não há a possibilidade de dobrá-la para o lado, somente para trás; como o meu, o seu, o nosso querido joelhinho.
Se a resposta for afirmativa - sim, o elefante consegue erguer-se sozinho -, devo lhes dizer que restarei impressionado e perplexo deveras, primeiro pela força que esse ser possui e segundo pelas propriedades particulares e encantadoras que seu joelho contém. E, oxalá, um desses bichos me chute, porque se conseguem levantar só com a força das patas entre 6 a 12 toneladas, imaginem o que fariam comigo.

Seguem-se duas outras reflexões:
Primeira: se tombarem, como animais sociais que mutuamente se ajudam, caberá ao resto da manada ajudar o caído a levantar-se, senão morrerá. A não ser que essa sociedade elefântica seja formada por uma manada de filhos-da-puta, que só queiram o melhor para si, não preocupando-se nem reduzidamente com seus semelhantes, deixando-os chafurdar na própria frouxidão, vendo a existência de seu vizinho degringolar e dizendo, por fim, em tom de desdém que o do outro não se lhe incomoda e não lhe diz respeito; que o outro deveria ter tomado mais cuidado, agora ele que se vire. E tudo isso por causa de um simples e ingênuo tropeção.
Segunda: deve ser um desespero ser um elefante e notar que se está andando, sozinho, em um chão molhado coberto de lodo. Imaginem só: escorregou, se fudeu. Qualquer passo em falso, pode e, garanto-lhes, será fatal.

Até mais ver pequenos incautos legentes aloucados.

22.11.06

Filmes e mais películas....

Para não me deixar cair na inadimplência mais uma vez, postarei aqui comentários aleatórios sobre dois filmes recentemente vistos por mim: O Plano Perfeito e O Poderoso Chefão Parte I.
Bom, primeiro devo dizer que o primeiro filme me foi um tanto decepcionante, não pelo fato de ser ruim, mas sim por o terem elogiado em demasia. Segue-se o velho ensinamento e conhecimento de que a expectativa é a mãe da decepção e como não poderia deixar de ser, aguardando um ótimo filme, me deparei com um fotólito razoável e aí fiquei, como também era de se esperar, frustrado.
Não me levem a mal aqueles que adoraram o filme, mas o enredo é meio fraco e cheio de lugares comuns, como o do bandido que é simpático com o policial e vice-versa; o ladrão que ajuda o policial a desvendar todo o mistério; algumas idéias de despistamento são meio manjadas. Mesmo as interpretações são meio fracas e já ultrapassadas, como a do policial (Denzel Washington) meia boca que no final das contas, ajudado por seu algoz, desvenda um super mistério que o torna um ótimo detetive; ou a do ladrão-bonzinho-calmo-ajudante de policial, que permanece são o filme inteiro e sempre com a mesma postura e atitude frias de um europeu oriental, segundo a visão posta no filme.
Devo, entretanto, parabenizar o roteirista pela maneira utilizada pelos assaltantes para escapar da prisão, essa parte, em especial todo o plano sobre o meio de fuga me deixou contente, há ainda criatividade no filme.
Sobre o segundo filme eu não preciso comentar nada... quem o viu sabe do que estou falando. Muito interessante notar as idiossincrasias dos personagens e as vicissitudes que influenciam sobremaneira o sistema de vida sobre o qual a família Corleone ampara e ver a realidade e a frieza de algumas cenas. Filme nota 10, recomendadíssimo, sem contar as brilhantes interpretações de Marlon Brandon, Al Pacino e o ator que intepreta o consiglieri/advogado da família do qual me fugiu o nome agora.

Ahh, sim, ademais, devo dizer que me sinto feliz, pois obtive um comentário no post passado, quem sabe, minha platéia(alcatéia??) não aumente seguindo as regras geométricas da proporção.
E para terminar preciso, muitíssimo, parafrasear um ídolo da minha vida, um desenho ótimo de Seth Macfarlane conhecido por A Family Guy, que no Brasil recebeu a alcunha de Uma Família da Pesada.
"Eu até consigo suportar a feiúra, mas você está abusando". Peter Griffin.
Até mais muchachos!

18.11.06

Novos ventos me trazem.

Devido a conselhos fornecidos por (im)prudentes leitores deste sítio e também por influência de outros blogs que tenho o costume de visitar com frequência, estou resoluto em - mesmo que não poste textos longos ou (e)histórias - compor pequenas passagens acerca de qualquer coisa que me pareça substancial, ou não, e, doravante, criar escritas com mais frequência e lhas juntar nesta câmara.
A problemática de alguém ler ou não o que aqui coloco, por ora, penso não ser de muita relevância, mesmo porquê o anonimato pode ser considerado, também, uma qualidade; além do mais, nesse mundo virtual anárquico o esconderijo é lugar comum, logo se alguns poucos lerem o que versei; ótimo, regojizar-me-ei deveras; se, por outro lado, não lerem ou mesmo não comentarem - porque acho que o problema principal desta aldeia virtual não é não lerem o conteúdo literário-semântico das publicações, e sim a falta de comentários que façam o locutor, criador, poeta (em alguns casos) sentir-se apreciado -, não haverá problema algum. O importante é que eu consiga seguir minhas metas e cumprí-las com afinco e dedicação.
Sei que não é a primeira vez que prometo isso e não tenho como provar ou garantir que o farei, mas tentarei.
Assisti hoje ao filme Plano Perfeito, logo o próximo "post" será a minha impressão sobre esta película.
Aliás, quero lembrar-lhes também que segunda-feira, dia 20 de Novembro, conforme criado pela Lei n.º 10.639 de 09.01.2003, deverá ser comemorado o "Dia Nacional da Consciência Negra", esperemos que este dia não passe ao léu da consciência popular dos ditos "cidadãos de bem".
Já até consigo ouvir ao longe os brados e elucubrações infundadas clamando que se crie o "Dia da Consciência Branca"; ou reclamando que a existência da data supra citada é uma afronta aos princípios da igualdade, fraternidade, entre outros; que porquê será que os negros podem ter um dia no calendário escolar e os brancos não...
Triste, mesquinha e nauseabunda essa "superior" e dominante espécie chamada Homo sapiens.