À época das bondades.
As férias servem para relaxarmos, ficarmos deitados sob a luz do sol, permanecermos acordados agasalhados pela luz da lua, conversarmos por horas e horas sobre temas interresantíssimos e outros nem tanto.
Essa é a minha justificativa próloga para o porquê de não postar aqui até retomar minhas atividades normais em meados de janeiro.
E também aproveito que não direi nada acerca da materialização do natal e como isso é prejudicial e desviador, mesmo porquê há inúmeras teorias, muto verossímeis, que explicam que a comemoração do Natal, desde sua origem há 2000-3000 anos a.C., pregava justamente a valorização material do ser e não a espiritual.
Somente para refletir.
Li hoje um pensamento quiçá interessante que dizia que o final de ano, em especial sua virada, é muito prejudicial para o desenvolver da sociedade e do indivíduo.
Durante esse hiato nos conformamos e nos condicionámos a relembrar somente o que de bom sucedeu-se durante o ano, a causa aparente disso talvez seja para entrarmos nos meses vindouros com ares puros e idílicos de melhora e evolução, para quicá atingirmos um desenvolvimento pessoal e social e, logicamente, melhorarmos nossa vida e nossa "convida".
Só que esse hábito e prática de esquecermos o que de ruim aconteceu no ano e criarmos nossa própria Caixa de Pandora é maléfica no sentido do esquecimento.
A causa do esquecimento pode parecer nobilissíma, entretanto sua conseqüência, nem tanto.
O esquecimento voluntário de certos fatos e acontecimentos pode facilitar a criação da idéia de que apesar de algumas poucas coisas ruins passadas o ano foi bom e o seguinte será ainda melhor.
Proponho que não deixemos de lado o enaltecimento de projeções e prognósticos aureos e augustos, mas que assim como se lhe fazemos, lembremos com um pouco de amargura que o ano não foi tão bom assim e que ainda há muito o que melhorar, quicá modificar abruptamente, para atingirmos o empíreo, assim como Dante, guiado por Virgilio e Beatriz, lembrando-lhe das maldades que ele mesmo e seus conhecidos cometeram, sempre buscando alcançar o círculo maior do céu.
O pensamento da Divina Comédia de Dante Alighieri, pode ser interpretado analogicamente. Busquemos sim alcançar o máximo que nossas vidas nos permitem, mas não sejamos ingênuos a ponto de deixar que o simples esperar de um ano próximo maravilhoso seja o suficiente para sufragar e mitigar os acontecimentos nefastos, que deveriam nos orientar em busca do melhor, que hão de ser memorados na virada do ano.
Conciliemos: festejemos o bom futuro vindouro lembrando com carinho e com olhar de pupilo para o mal passado vivido, e deixemos que este sirva de guia e exemplo para aquele.
Até meados de janeiro, oníricos e mal passados leitores!
Boas festas, feliz ano novo e um feliz natal em atraso.