Uiá!!

"Nascidos, nós choramos por chegar a esse palco de tolos". Shakespeare, Rei Lear.

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Local: Londrina, Paraná, Brazil

27.10.07

Uma resposta tardia

Tenho tentado postar algo aqui que ache seja de interesse dos poucos que há algum tempo liam essa frágeis linhas perfumadas com erros de retórica e usos em excesso de palavras pouco usuais; bem provavelmente, pela falta de tópicos, aqueles poucos que observavam esses traços já não mais o farão. Portanto, é possível que eu escreva para mim mesmo (o que não é de todo ruim, pois me dá a possibilidade de analisar o pretérito e descobrir o que errei e onde posso mudar).
Pois bem; hoje, devido à falta de sono que sobeja, resolvi sentar e escrever qualquer coisa que fosse.
De início eu iria escrever sobre o pato. Porque o pato é um animal deveras interessante. Ele voa, nada e anda e faz todas as três coisas mal. É polivalente, mas, tadinho, fraquinho que só ele.
Mas daí eu lembrei de uma mensagem que me foi deixada quando da escrita de meu último texto. Alguém que não quis se identificar disse que eu sou "um baita de um otário", me perguntou quem eu acho que sou; e me disse que eu sou "um fiasco". Pois bem; me achei no direito e no dever de retorquir suas palavras e manifestar por aqui minha resposta.
Em resposta à primeira anotação do referido colega eu posso dizer que eu talvez realmente seja um otário; só que para eu me enquadrar em determinada definição eu preciso, a priori, saber quais elementos que configuram, formam e emolduram alguém dentro desse comportamento. Pois bem, supondo que você tirou essa afirmação somente da leitura do que aqui escrevo, eu presumo que sua conclusão foi corolário do que aqui foi lido, certo (como é bom e regozijante dizer o óbvio ¬¬)? Posto que eu não sei quem é o Sr. Anônimo e ele, ou não me conhece ou não se achou confortável para dizer quem era, eu vou usar a premissa acima para tentar descobrir o que torna alguém um otário.
O que eu faço aqui nesse blog? Escrevo; ou digito, mas enfim, externo um pensamento e o transformo em palavras. Será que escrever torna alguém um otário? Poxa, se assim for o mundo é deles - ou nosso. E em terra de olho quem tem rei é cego. Mas acho que não foi por isso que ele dessa forma me chamou.
A outra coisa que eu faço aqui é usar palavras diferentes; não muito utilizadas. Será que isso torna alguém um otário? E se assim for, por que o é? Se essa regra for um dogma, todos que doravante utilizarem uma palavra diferente serão taxados de otários, mas reitero, por quê? Faço isso por gosto, acho que se enriquece um texto ao lhe emprestar conhecimento pouco habitual. Do mesmo jeito que há seres que gostam de ler poemas de determinadas escolas literárias e de outras não, me apraz escrever dessa forma e forçar o leito a conhecer um pouco mais da sua língua, tão rica em palavras e expressões, soçobrada pelo seu uso errôneo na vida real e no meio virtual, onde se a entibia a cada expressão que a injuria e subverte a norma "culta" e corrente de se comunicar. Não há mais nada que eu faça aqui nesse espaço, logo uma dessas duas coisas me tornou um. Ou talvez, esquecendo a premissa acima alinhavada, essa pessoa me conheça e não goste de mim.
Quanta a segunda parte do comentário, o Sr. Anônimo, me indaga: "quem vc pensa que é?". Olha, se eu não estiver muito enganado eu sou quem eu penso que sou, mas se eu pensar que eu sou alguém que penso que sou e na verdade eu for alguém outrem do que eu penso que sou, o que eu penso não é o que eu realmente sou e daí minha cabeça viraria um caos. Porque, veja bem, eu sei quem eu sou fisicamente, certo? Me olho no espelho e vejo refletidos meus traços, coisas que me caracterizam fisicamente, portanto quanto a esse quesito da minha personalidade, não há discussão a ser feita. Agora, quanto à minha consciência, alma, minha parte metafísica, não há um reflexo que me mostre aquilo que realmente sou, portanto há altercação nesse ponto.
Mas vamos lá. O que a consciência contém? E o que a contém? Não vou aqui discutir o que é a consciência filosoficamente falando. Entendamos, daqui em diante, consciência como características que distinguem um ser humano do outro em um nível subjetivo/metafísico. Isso significa dizer: valores, decisões face à situações limite, controle de emoções, etc., todas essas coisinhas bonitinhas que fazem parte da nossa parte imaterial.
Logo, para eu saber quem eu sou eu necessito ter cabal conhecimento dos valores e princípios que me guarnecem. Serei um homem honrado? Serei um bom ouvinte? Serei falador por demais da conta? Serei íntegro? Serei divertido? E por aí vai. Mas exsurge uma outra pergunta: qual o espelho que refletirá à mim aquilo que realmente sou? Uma situação na qual seu valor ou sua característica seja posta à prova. Logo, se você se considera íntegro, somente em uma situação limite na qual sua integridade seja testada você terá o reflexo exato daquilo que esperava ver. Traçando um paralelo com a parte material do ser é o mesmo que dizer o seguinte: se eu não tiver um espelho tudo que posso fazer é me imaginar sendo loiro ou moreno, ter nariz grande ou pequeno e por aí vai; portanto, só o reflexo trará a certeza da qualidade ou defeito que se espera ter.
Concluindo essa parte: eu posso crer ser algo; ou ser alguém (posto que o alguém é a junção da parte material com a parte imaterial), mas só a situação prática trará a certeza do que realmente sou e, destarte, eu tenho a crença de ser alguém e não a certeza; logo nem eu nem você somos - sabemos ser - quem pensamos ser, há uma incerteza prática que nos impede de dar vida aos nosso completo ser; eu creio ser alguém, mas certeza disso só terei eventualmente. Como penso se dar com você Sr. Anônimo, muitas partes do seu ser o Sr. já conhece; outras não e, portanto, o Sr. também não é quem pensa ser.
Só como final dessa parte - embora o final, conclusão, esteja acima -; o Sr. talvez tenho dito isso pensando que eu gostaria de me passar por alguém ou extrapolar os limites do meu ser. Ora, tomarei isso como um elogio, porquanto isso me torna ambicioso e com vontade de melhorar, me aperfeiçoar sempre, portanto, muito obrigado.
Terceira parte. Serei eu um fiasco? Mais uma vez preciso saber o que configura um fiasco? Falta de público? É, se for esse o quesito, sou mesmo, poucos são os que apreciam a leitura desse espaço. Será que é porque eu sou ruim nesse mister? Ora, esse é um conceito bem subjetivo, portanto, muito que bem, se para o Sr. Anônimo eu sou fraco e escrevo mal esse é um direito dele. Só devo lembrá-lo que embora a Constituição Federal em seu art. 5º incisos IV e IX dita, respectivamente, que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; e que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. E, embora o Sr. Anônimo, possa argumentar que se utiliza de um pseudônimo, ao qual o Código Civil de 2002 em seu art. 19 garante a proteção dada ao nome, desde que criado para atividades lícitas, não creio que essa tese seria aceita.

Sr. Anônimo, por favor, se vier a ler essa réplica tardia, queira fazer o obséquio de me conceder a tréplica, explicando os "porquês" de ter dito aquilo de mim; e, também, se achar de bom grado, identifique-se, não há porque manifestar o pensamento através do anonimato. Não há ninguém aqui que irá tratá-lo diferente ou mal só porque disse quem é.
Aos demais, me perdoem esse texto extenso e com um mote tão particular, mas me achei no direito de fazê-lo.

Até mais ver, doidos leitores.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

finalmente escreveu algo hein..
haihaiuhauhiuahia

ahh..só pra te avisar.. to começando um blog também, mas ainda não tive tempo pra começar a escrever.. assim que colocar algo lá eu te passo o link..

abraço..

5:55 PM  
Blogger Divague said...

Opa! Ainda há vida nesses comentários =D Então, mande o link quando tiver escrito e comece logo. Se há um conselho que posso dar é esse: não enrole heheheheh senão ficará que nem eu :P
Tô com outras idéias pra escrever, só vou deixar aqui um pouco esse texto pra ver se o cara responde.
Abraço

1:48 AM  
Anonymous Anônimo said...

beleza, mas não deixe de escrever também.. =)

4:50 PM  
Blogger Marcelo Knakiewicz said...

Báááá quanta asneira :D!


Tambem decidi viajar em textos :D!

Da uma olhada biba :*!

http://lavamoseu.blogspot.com/

:*

5:24 AM  

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